Crítica - O Último Reino

10:12:00 PM

Título original: The Last Kingdom
Editora: Record
Ano: 2008

"Meu nome é Uhtred. Sou filho de Uhtred, que era filho de Uhtred, cujo pai também se chamava Uhtred..."

Com essa frase Bernard Cornwell inicia uma de suas sagas mais espetaculares. As "Crônicas Saxônicas", onde é contada a história de como o Rei Alfredo de Wessex uniu a bretanha em um único país para combater as invasões dinamarquesas do final do século IX. Toda essa história é contada pelos olhos de Uhtred, um inglês da Nortumbria que teve sua família destruida e a fortaleza de sua família (Bebbanburg) invadida por dinamarqueses e, que foi criado, desde então, por um Earl dinamarques. 


Uhtred então cresce como um dinamarquês, aprende sua língua e sua cultura, e se sente mais próximo dela do que de sua cultura natal, em Bebbanburg. Sobretudo, identifica-se com o paganismo dinamarquês, que lembra a antiga religião dos saxões, em contraste com o cristianismo que passara a dominar a sociedade saxônica e que sempre fora desprezado por Uhtred. 
Nesse meio tempo em que Uhtred fica sob o poder dos dinamarqueses, Bebbanburg cai sob o jugo de seu tio, Aelfric, que chega a tramar sua morte para consolidar o domínio sobre aquelas terras. Mesmo apreciando a cultura e os costumes dinamarqueses, Uhtred nunca esquece de sua bela fortaleza e da traição de seu tio, desejando voltar para reconquistá-la.
Ao longo da juventude, o personagem vê-se dividido entre o amor pelos dinamarqueses, que rapidamente trucidam os reinos saxões, e o senso de dever para com seu próprio povo, cuja sobrevivência é posta à prova. Essa lealdade dividida torna-se ainda mais acentuada quando Uhtred envolve-se com Alfredo, rei de Wessex, a quem odeia mas a quem deve tudo o que tem na vida.

O inglês Bernard Cornwell, já consagrado com suas obras anteriores (As aventuras de Sharpe, As crônicas de Arthur e a Busca do Graal) transforma um período histórico importante e emocionante da cultura europeia em um romance bem construido, repleto de liçoes históricas e descrições fantasticas das batalhas mais famosas.
A leitura de "O Último Reino", assim como dos demais volumes da série é lenta e parece carregar em si a frieza e aspereza daquela época, feita por homens rudes em um ambiente hostil em que só a força pode garantir a sobrevivência.

O autor descreve com detalhes o modo de vida daqueles homens, suas batalhas, seus espólios, sua lealdade com a prata e o ouro e, acima de tudo, com a vontade de batalhar.

"O Último reino" é o primeiro volume de uma longa saga que descreve um momento histórico importante e crucial para a Inglaterra e cumpri bem o seu papel de nos apresentar personagens históricos e ficticios, com os quais passaremos a compartilhar os medos, as vitórias, as mágoas e as alegrias.

Comece a ler "O Último Reino" se você pretende descobrir como a Inglaterra nasceu e que preço esses personagens tiveram de pagar para que isso acontecesse de fato. Comece a ler "O Último Reino" se você ama história e se você aprecia uma história bem contada.

"O Último Reino" é o inicio de uma saga fenomenal e que vale ser acompanhada.

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1 comments

  1. Eu gostei bastante. Cornwell descreve bem a vida naquela época e mostra que toada aquela história de fantasias medievais de princesas, homens honrados e educados só existem nos livros mesmo.
    É uma recriação impressionante daquela época.
    Para quem quer saber como a vida na Idade Média era realmente, esse é um bom começo, embora seja um romance e, nem sempre as coisas são descritas da forma como realmente aconteceram.
    Vale a pena. Muito boa história.

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