Perfil: Peterson Silva

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Peterson Silva, nascido em 1992, em Florianópolis, entrou na escola com seis anos, na série anterior ao primeiro ano do ensino fundamental – isso porque aos 4 anos, não frequentando escolas, aprendeu a ler e a escrever com a mãe. Começou a escrever a partir dessa idade, sempre que não tinha muito o que fazer e sentia vontade de criar histórias – criava tramas, personagens, histórias. 


"Só não desenho bem, e a minha letra até hoje não é grande coisa, mas eu não me importava, e ainda não me importo muito com isso."

O mundo da blogosfera o pegou de jeito quando ele ainda estava na oitava série do ensino fundamental. Criou o blog "Orkutcídio em Massa para Adoradores de Lasagna", inspirado em Ibrahim Cesar e seu excelente espaço 1001 Gatos de Schrödinger. O blog passou por inúmeras fases e modificações ao longo de uns bons anos, mas em geral por muito tempo foi o lugar em que o autor despejava textos e experimentava com palavras. Até que resolveu queimar a casa sem olhar pra trás; deletou todo o conteúdo e passou a se dedicar a escritos mais longos, tentando tornar realidade histórias que continuaram a pipocar em sua cabeça, dessa vez mais complexas que as baseadas em Power Rangers e Digimons de sua infância.

Quis estudar filosofia mas percebeu que, por ser uma pessoa que pensava demais e agia de menos, decidiu se desafiar ao desaguar nas ciências sociais – decisão acertada, não porque a filosofia não seria boa, mas porque as sociais são ótimas. Enquanto escritor, sofre tanta influência de uma série de escritores e músicos britânicos que trabalhou duro pra adquirir um sotaque minimamente britânico ao inglês que hoje fala fluente. Anarquista desde que leu uma nota sobre o movimento em um livro didático de história, fica triste fundamentalmente com a forma como uma pá de gente naturaliza certas coisas no mundo contemporâneo – justo aquelas que deveriam ser questionadas quando da construção de um lugar melhor.

Escrever, assim como outras formas de arte, tem a ver com a criação de mundos – as obras de arte são justamente as portas pra esses mundos. Peterson tem o desejo doentio e o sonho pueril de ser lido e de viver disso, de fazer a diferença. Seu gênero preferido é o realismo fantástico, em que se tenta dar o máximo de vivacidade e tridimensionalidade a personagens e enredos, mas a partir de um único elemento destoante que abala as estruturas da trama e motiva todas as confusões que podem ser exploradas. Ou seja, o que o atrai é a atitude frente ao desconhecido. Frente ao novo. A literatura que se repete em tantos lugares, o mesmo mote, os mesmos símbolos, os mesmos nomes; isso não o atrai. O que o atrai é o que dá nó na cabeça.

"Não gosto de fazer personagens que saiam da vida de pessoas que conheço – especialmente se isso ficasse muito visível. Um personagem, por melhor que seja, nunca faz jus à complexidade do que não sai só da cabeça de um, mas da vivência de vários e das próprias potências de ser o que seja. Mas gosto de pensar nessas personalidades, cada uma esquisita a seu modo, e acho que toda história precisa que os personagens a guiem por suas ações – e que o processo de escrita seja ditado por essas criaturas virtuais; uma vez que o personagem tenha sido criado, ele deixa de ser objeto e tem que passar a ter cada vez mais autonomia enquanto sujeito, a ponto de bater o pé quanto a uma decisão e gritar na sua cabeça que não, não é aquilo que ele faria naquela situação. E aí lá se vai reescrever tudo. De novo."

"Ser escritor, e ainda mais independente, e fazer as coisas com tanta dedicação, não é fácil. Mas tem lá suas vantagens: escrever textos em terceira pessoa é sempre um deleite."

Peterson Silva é autor do romance "Controlados: A Aliança dos Castelos Ocultos" e sua obra está disponível no site www.seriecontrolados.com.br, podendo ser baixada ou comprada.

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